sábado, 14 de julho de 2012

Copa do mundo

Pois é, gente, o Brasil voltou para casa, adiando para 2014 o sonho do hexa. Alguns são humildes, reconhecem erros, falhas, "dão a cara para bater". Outros são arrogantes, dizem que fizeram tudo certo, que não fariam nada diferente. Outros, ainda, tentam tapar a derrota para a Holanda com os títulos conquistados antes.  

Ao pobre torcedor, que na sexta-feira foi correndo à 25 de Março comprar vuvuzelas, bandeirinhas, camisetas,  não interessam os títulos conquistados antes.  O pobre torcedor que passou a madrugada no Galeão para receber os seus atletas só queria uma palavra, um sorriso, um autógrafo. Mas o senhor Jorginho, da comissão técnica, teve um ataque de celebridade e disse que não iria falar nada, com uma prepotência incrível, "por causa da bagunça" - em primeiro lugar, quem é esse senhor? Ou melhor, quem ele pensa que é? Tem que falar, sim, para os milhões de pessoas para quem esse título era o sonho do ano. Muita gente que comprou televisão nova para ver os jogos, e nem acabou de pagar ainda.
 
Tivemos que ver pela TV nossos hermanos zombando de nós. Tá certo, a alegria deles também durou pouco, mas o Brasil se classificou em sexto lugar, e os hermanos, em quinto. (Gente, nós gostamos muito da Argentina e dos argentinos, mas, amigos, amigos, futebol à parte.)

Outra coisa de que se falou muito - que esta seleção "resgatou o amor do brasileiro pela camiseta amarela" - quando não há o que falar, é melhor não falar nada. Quando é que deixou de haver esse amor? 

O que atrapalha é o fato de que achamos que somos o país do futebol, que somos favoritos, que já ganhamos. Não interessa se ganhamos este ou aquele título antes. Interessa o que não ganhamos agora. É preciso ter humildade para reconhecer erros, apagar tudo, começar de novo, e deixar de olhar para trás. E cuidado, para que 2014 não seja uma triste repetição de 1950...


(data original: 4 de julho, 2010)

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